Os crentes caindo fora da igreja
Apologético do Evangelho
Pb. Joedson silva
Hebreus 10.25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.
Os hebreus a quem a epístola foi dirigida estavam enfrentando grandes e graves problemas para manterem firme sua fé em cristo.Por causa desses problemas,alguns estavam se afastando da igreja,deixando de se congregar com irmãos.Este foi um erro combatido e corrigido nesta carta, que estimula os crentes a se manterem unidos em comunhão enquanto aguardam a vida do Senhor.
Segundo William Barclay no seu comentário do Novo Testamento devemos render um culto comunitário.
Entre aqueles a quem estava escrevendo o autor de Hebreus havia alguns que abandonavam o hábito de congregar-se. É possível que alguém pense ser cristão e entretanto abandone o hábito de congregar-se para render culto com o povo de Deus na casa de Deus e no dia de Deus.
Pode ser que busque constituir-se no que Robert Moffat chamava "uma partícula piedosa", um cristão isolado. Moffat distingue três razões que podem apartar o cristão do culto comunitário com outros.
(1) Pode ser que não vá à Igreja por temor. Pode ser que se envergonhe de mostrar sua lealdade vendo ao ser visto ingressar na Igreja. Pode ser que viva e trabalhe em meio de gente que se ri dos que vão à Igreja. Pode ser que tenha amigos não acostumados a este tipo de coisas e tema sua crítica e menosprezo. Pode ser que tente constituir-se num discípulo secreto; mas bem se disse que ser um discípulo às escondidas é algo impossível porque ou "o ser discípulo mata o segredo ou o segredo mata a condição de discípulo". Seria bom lembrar que fora de qualquer outra coisa ir à Igreja é demonstrar onde está nossa lealdade. Mesmo quando o sermão seja pobre e o culto tedioso, a Igreja nos dá ainda a oportunidade de mostrar aos homens de que lado estamos.
(2) Pode não ir à Igreja por chateação. Talvez desgoste do povo comum e preferiria evitar o contato com os que não são como ele. Há Igrejas que são mais clubes que Igrejas. Isto pode ocorrer em bairros em que a posição social veio a menos e os membros que permanecem fiéis se sentem tão confundidos como prazerosos se os pobres e os habitantes dos bairros baixos afluem à Igreja. Jamais devemos esquecer que não existe algo assim como um homem "comum" na presença de Deus. Cristo morreu por todos os homens e não somente pelas classes respeitáveis.
(3) Pode não ir por vaidade. Talvez creia sinceramente que não necessita da Igreja; que intelectualmente está mais além do nível de sua prédica. O esnobismo social pode ser mau mas o espiritual e intelectual é pior. O homem mais sábio é néscio perante Deus e o mais forte é fraco no momento da tentação. Não há ninguém que possa viver a vida cristã e negligenciar sua participação na Igreja. Se alguém pensa que deve agir assim lembre que vai à Igreja não só para tirar proveito, mas também para dar,não só deve ir receber,mas também para fazer sua própria contribuição á vida da igreja.Se sentir que a igreja tem falhas,é seu dever fazer-se presente e ajudar emendá-las.
Moody no seu comentário da carta de hebreus deste respectivo versículo em destaque (25) disse que a assembléia (reunião) e a comunhão são duas evidências da fé vital. Quando o zelo descai e a fé vacila, o desejo de manter comunhão com outros crentes também enfraquece. O estímulo do versículo 24 (Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras.)se torna possível através da congregação. Quando os cristãos se refinem, eles se exortam mutuamente ao serviço frutífero e à comunhão ininterrupta. O perigo da apostasia está emboscado na falha dos crentes em se reunirem e Se ajudarem mutuamente (parakalountes, "encorajamento mútuo").
O Pastor da igreja Memorial Bastista, Josué Mello Salgado, certa vez disse assim com relação a hebreus 10.25.
"Ser crente em casa"! Esta é a opção consciente e determinada por parte de alguns que por alguma razão, seja por dificuldades pessoais, seja por atitudes pouco acolhedoras por parte de outros, preferem cultuar a Deus, sozinhos em sua casa. Será correta a atitude?
Há aqueles que justificam e explicam, "bem" fundamentados, a sua opção. Há também aqueles que sustentam e apóiam a posição destes, atribuindo-lhes virtude: "é um bom cristão!" Mas o que vem a ser um bom cristão? Afinal seria um bom costume ser cristão em casa?
Cipriano de Cartago afirmou no século III "extra ecclesiam nulla salus" (fora da igreja não há salvação), o que foi proclamado como dogma da Igreja Católica pelo Concílio IV de Latrão. Não é possível concordar com tal dogma, pois que cremos num único mediador de salvação entre Deus e os homens, Jesus Cristo (1 Timóteo 2.5). Cremos sim que: "extra salus nulla ecclesiam" (fora da salvação não há igreja). É a salvação que empresta sentido à igreja e não o contrário!
É verdade que Jesus ensina o valor e a importância do culto individual, mas sem dúvida alguma valorizou, igualmente, o culto público a ponto dEle mesmo ser encontrado, constantemente, participando deste.
Se ser um cristão é guardar a Palavra de Deus, então não é possível ser cristão em casa, porque a Palavra exorta-nos claramente: "não abandonando a nossa congregação como é costume de alguns". O participar da Igreja, não apenas nominal, mas efetivamente, é fruto da salvação. Afinal, segundo o versículo, como seria possível aconselhar e ser aconselhado (admoestar)? Como é possível estar bem preparado para "aquele dia"?
Ser cristão em casa não é bom, mas um péssimo costume. É mais, é mau sinal. É sinal de quem quer criticar, mas não ser admoestado. É sinal de quem não quer seguir integralmente a Palavra de Deus, mas quer escolher aqueles mandamentos que deseja seguir. É sinal de quem não ama o que Jesus ama! É sinal de quem se vê perfeito demais para estar no meio de gente imperfeita como nós.
O moderno movimento desigrejista não leva em conta a importante doutrina bíblica
da igreja e,por isso, deve ser rejeitados pelos cristãos.
Desigrejismo: é a tendência atual de muitos crentes acharem que podem ter um
cristianismo
sem igreja e, por isso, abandonam a igreja e tentam viver a fé Cristã sozinhos.
Será que isso é possível ? Será que é certo ?
O surgimento de milhares de denominações evangélica,o poderio apostólico de igrejas, a institucionalização e secularização das denominações,a profissionalização do ministério pastoral,a busca de diplomas teológicos reconhecido pelo Estado,a variedade infindável de métodos de crescimento de igrejas,de sucesso pastoral,o fracasso das igrejas emergentes- tudo isso tem levado muitos a se desencantarem com a igreja institucional e organizada.
Alguns simplesmente abandonam a igreja e a fé ( apostasia ).Mas outros querem abandonar apenas a igreja e manter a fé ( desigrejismo ).Querem ser cristãos,mas sem a igreja.Alguns ,além de não mais frequentarem a igreja,tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada,a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Cristo.São os desigrejados.
Alguns simplesmente abandonam a igreja e a fé ( apostasia ).Mas outros querem abandonar apenas a igreja e manter a fé ( desigrejismo ).Querem ser cristãos,mas sem a igreja.Alguns ,além de não mais frequentarem a igreja,tomaram esta bandeira e passaram a defender abertamente o fracasso total da igreja organizada,a necessidade de um cristianismo sem igreja e a necessidade de sairmos da igreja para podermos encontrar Cristo.São os desigrejados.
Em que creem os desigrejados?
Os
desigrejados defendem os seguintes pontos:
1º -
Cristo não deixou nenhuma forma de igreja organizada e institucional;
2º - Já no
início o Cristianismo,os cristãos se afastou dos ensinos de Jesus, organizando-se como instituição,igreja, criando estrutura, inventando ofícios e elaborando hierarquias de tal maneira que deixaram Deus de fora.
3º -
Apesar da reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e
evangélicos
acabaram
caindo nos mesmos erros, ao criarem instituições organizadas, hierarquia e
processos
de manutenção do sistema, como disciplina e a exclusão de dissidentes, bem como
confissões
de fé, catecismos e declarações que engessaram a mensagem de Cristo;
4º - A
igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria,
hierarquia,
ofertas,
dízimos, rol de membros escolas, seminários;
5º - De
acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três reunidos em Seu nome ali Ele
estará,
conforme
Mateus 18;
6º - A
igreja como instituição humana tem falhado e caído em muitos erros, pecados e
escândalos
e prestado um desserviço ao evangelho.
Infelizmente,os desigrejados estão certos quanto ao fato de que muitos evangélicos confundem a igreja organizada com a igreja de Cristo. Concordo também que a igreja de Cristo subsistiu de forma vigorosa nos quatro primeiros séculos se reunindo em casas,cavernas ,vales,campos e até cemitérios.Os templos cristãos só foram erigidos após a oficialização do cristianismo por Constantino,no século IV.
Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar
as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas,esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização.E também estou de acordo com constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.
Digo isto,pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo solitário.
Os desigrejados estão certos ao criticar os sistemas de defesa criados para perpetuar
as estruturas e a hierarquia das igrejas organizadas,esquecendo-se das pessoas e dando prioridade à organização.E também estou de acordo com constatação de que a igreja institucional tem cometido muitos erros no decorrer de sua longa história.
Digo isto,pergunto se ainda assim está correto abandonarmos a igreja institucional e seguirmos um cristianismo solitário.
O ensino Bíblico
É verdade que jesus não deixou uma igreja institucionalizada aqui neste mundo.Todavia,ele disse algumas coisas sobre a igreja que levaram seus discípulos a se organizarem em comunidade ainda no período apostólico.
1º - Jesus
disse que a igreja seria edificada sobre a declaração de Pedro (Mt 16.15-19).
A verdade
sobre a pessoa de Cristo é o fundamento da igreja. E no decorrer da caminhada
dos
Apóstolos
esta verdade foi questionada por diversas correntes de pensamentos. Podemos
citar
livres-pensadores, gnósticos, judaizantes e libertinos (II Jo; Rm 16.17; I Co
5.11; Jd 4; Ap
2.14-15).
A questão apologética é a base para se pensar em uma organização feita por
homens para
igreja de Cristo. E foi isso que aconteceu. A defesa da fé foi o motivo para
que cristãos
se ajuntassem
para a correção, admoestação e para que erros fossem rejeitados;
2º - Foi
Jesus que institui a disciplina eclesiástica como a conhecemos. Isso pode ser
visto no
texto de
Mt 18.15-20. E este ensino foi seguido e admitido pela igreja como podemos ver
no
texto de I
Co 5;
3º - Jesus
também instituiu as normas para que alguém fosse aceito na comunidade da fé. Ele
ordenou
que se fizessem discípulos em todo mundo, que se batizasse e ensinasse tudo
quando
ele
ordenara. (Mt 28.19-20). Os discípulos organizaram igrejas e estabeleceram
entre os
irmãos uma
liderança espiritual, definindo claramente o perfil e função desses líderes (I
Tm
3.1-13; Tt
1.5-9; Tg 5.14);
4º -
Pode-se notar que ainda nos tempos apostólicos declarações de fé foram
formuladas para
instruir a
igreja quanto à verdade para que essa pudesse rejeitar falsos mestres (Rm 10.9;
I Jo
4.15; Fp
2.5-11; I Jo 4.1-3). Ainda neste período encontra-se sinais de que igrejas
haviam se
organizado
e estruturado tendo presbíteros, diáconos, mestres e guias (I Tm 3.1; Tt 1.5);
5º - Jesus
também mandou que seus discípulos se reunissem regularmente para comer o pão
e beber o
vinho em memória dEle (Lc 22.14-20). Os apóstolos seguiram esta ordem e
reunia-se
Matthew henry comentando o capítulo 10 e verso 25 de Hebreus,ele diz que a vontade de Cristo que seus discípulos reúnam-se como conjunto, às vezes, em particular para a conferência e oração, e também em público para a audição, e unindo-se em todas as ordenanças de culto do evangelho.
Existiram reuniões nos tempos dos apóstolos. E deve haver em todas as épocas assembleias cristãs para a adoração a Deus, e para a edificação mútua. E parece, realmente, que naqueles tempos havia alguns que abandonaram essas assembleias, e assim começou a apostatar da própria religião.
Na congregação dos santos há uma grande ajuda e privilégio, é um bom meio de alcançar firmeza e perseverança, e dessa forma haver mútuo reforço de mãos e de coração.
Na congregação existe oportunidade para exortar, ser alertado, alertar uns aos outros quanto ao pecado e perigo de retroceder, ambiente para dizer a nós mesmos e nossos companheiros cristãos sobre nossos deveres, nossas falhas e corrupções. Há condição de fazer amizade, praticar cordialidade.Na congregação devemos observar a aproximação dos tempos de provação, e nestes momentos com agilidade promover toda diligência.
A adoração na congregação é uma parte vital da vida espiritual.Essa é uma advertência contra os desigrejados num contexto escatológico (cf. 2ts 2.1 ).É feita a referência ao "Dia" que se aproxima (a vinda de cristo).Façamos admoestações.
A exortação assume a forma de incetivo,consolo,advertência ou fortalecimento.Há uma urgência escatológica à exortação que requer uma atividade cada vez maior à medida que a vinda de Cristo se aproxima.
Por tanto,desigrejados e igrejados, não deixar-vos de congregar porque o dia está perto.
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